Nós perdemos por não tentar

Para quem precisa de um empurrãozinho com afeto e um leve empurrãozinho com sarcasmo também.

Sabe aquele medo que dá antes de fazer algo novo? Aquela voz irritante que surge no fundo da mente dizendo “e se der errado?”, “e se eu fracassar?”, “e se rirem de mim?”. Pois é. A gente ouve tanto essa voz que ela começa a parecer sensata, quase um GPS emocional. Mas ao contrário do Waze, ela não nos leva pra um lugar melhor — só nos estaciona na garagem do “e se”.

A verdade é simples e meio dolorosa: a gente perde muito mais pelas coisas que não tenta do que pelas que dá errado. Pode parecer clichê, mas olha em volta — quantas ideias incríveis ficaram no papel? Quantas conversas importantes foram engolidas a seco? Quantas vontades ficaram sufocadas por medo de parecer ridículo, insuficiente ou bobo? É curioso como a vergonha de tentar é maior do que a frustração de ficar parado. E olha que parado também dói.

Tentar é arriscado, sim. Você pode tropeçar nas palavras, fazer papel de bobo, errar feio. Mas ainda assim, você vai deitar a cabeça no travesseiro e pensar: “pelo menos eu fui”. Isso vale pra tudo: pra aquele projeto guardado há anos, pra academia que você paga há meses mas frequenta só em pensamento, pra inscrição naquele curso que você vive dizendo que um dia vai fazer, pra mensagem que você ensaiou mil vezes mas nunca enviou.

Nosso cérebro é excelente em criar tragédias que nem aconteceram. Você pensa em abrir um negócio, e ele já projeta falência, dívidas, humilhação pública. Pensa em se declarar pra alguém, e ele cria todo um roteiro de rejeição dramática, digno de novela mexicana. Mas nem todo medo é sinal de perigo. Às vezes ele é só um alarme falso, daqueles que tocam só porque alguém esbarrou sem querer. Medo, no fundo, é só o cérebro tentando te proteger. Ele só não é muito criativo.

E tudo bem errar. Tudo bem parecer um pouco perdido. Tudo bem tropeçar tentando dançar ou ser ignorado num e-mail importante. Você é humano, não um comercial de margarina. Tentar é colecionar histórias — algumas viram vitórias, outras viram piadas internas. E todas, sem exceção, te movem pra frente.

Se você está esperando um sinal pra tentar, aqui está. Não vai ter trilha épica nem letreiro em neon. Mas vem com uma certeza: você merece viver uma vida em que tentou de verdade. Não porque o sucesso é garantido, mas porque é na tentativa que a vida acontece. É ali que mora o crescimento, o aprendizado, a coragem que você nem sabia que tinha.

No fim, ninguém se arrepende de ter tentado com o coração. A gente se arrepende do que deixou passar por medo, cansaço ou autossabotagem bem disfarçada de bom senso. Então vai lá. Começa. Gagueja, treme, erra, mas começa. Só não perde por WO. Porque a vida pode até ser dura, mas ela respeita quem entra em campo.

Com carinho (e um empurrãozinho),
Psicólogo Gustavo Henrique

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Gustavo Henrique

Prazer, sou Gustavo Henrique, psicólogo clínico com mais de 4 anos de experiência. Minha jornada na faculdade começou com um interesse crescente por uma psicologia mais científica. Fiz minha primeira pós-graduação em Análise Comportamental Clínica pelo Instituto Brasiliense de Análise do Comportamento (IBAC) e, em seguida, concluí uma pós em Terapia Cognitiva Comportamental pela PUCRS. Trabalhei como psicólogo hospitalar e, posteriormente, em uma comunidade terapêutica. Além disso, atuei como supervisor em terapia ABA com crianças autistas. Atualmente, concentro meus estudos e práticas nas áreas de neurociência e psicologia baseada em evidências, e sou membro da Associação Brasileira de Psicologia Baseada em Evidência.

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Prazer, sou Gustavo Henrique, psicólogo clínico com mais de 4 anos de experiência. Minha jornada na faculdade começou com um interesse crescente por uma psicologia mais científica. Fiz minha primeira pós-graduação em Análise Comportamental Clínica pelo Instituto Brasiliense de Análise do Comportamento (IBAC) e, em seguida, concluí uma pós em Terapia Cognitiva Comportamental pela PUCRS. Trabalhei como psicólogo hospitalar e, posteriormente, em uma comunidade terapêutica. Além disso, atuei como supervisor em terapia ABA com crianças autistas. Atualmente, concentro meus estudos e práticas nas áreas de neurociência e psicologia baseada em evidências, e sou membro da Associação Brasileira de Psicologia Baseada em Evidência.

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Gustavo Henrique | Psicólogo Clínico CRP 08/32842

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