Por que tentar segurar o amor com força faz ele escorregar — e como a gente sofre tentando “congelar o vento”.
Olá,
Sabe aquela ideia que a Disney, as comédias românticas e a sua tia avó te venderam de que “amor de verdade é aquele que dura para sempre”?
Pois é. Fake News.
Vi umas ilustrações essa semana (tipo uns quadrinhos de sabedoria oriental) que me fizeram pensar em como a gente gosta de sofrer à toa. A mensagem era simples, mas deu um tapa na cara: “Dói? Sim. Mas a dor vem da tentativa de congelar o vento.”
Vamos traduzir isso para o “psicologuês” da vida real?
Você quer amar ou quer ter o recibo de posse?
A gente tem uma mania feia de confundir amar com possuir. É como se a gente quisesse um contrato autenticado em cartório garantindo que o outro vai sentir a mesma coisa daqui a 10 anos.
Só que a biologia e a psicologia têm uma notícia chata: nós mudamos. O tempo todo.
Querer que um relacionamento seja estático e imutável é brigar com a realidade. É a tal tentativa de “congelar o vento”. Você fica lá, gastando uma energia absurda tentando segurar o ar com as mãos, e o resultado? Exaustão, frustração e zero vento segurado.
O amor não morre, ele vira outra coisa (tipo Pokémon)
Tem uma imagem genial que diz: “Quando você solta, o amor não desaparece, ele muda de forma.”
Muitas vezes, a gente segura um relacionamento que já acabou porque morre de medo do vazio. Mas a ciência mostra que nossa memória é ótima em reciclar afetos. Aquele amor romântico pode virar carinho, pode virar uma memória bonita, ou pode virar aquele aprendizado do tipo “nunca mais namoro alguém que odeia Star Wars”.
Aceitar o fim não é fracasso. O Buda (e a psicologia baseada em evidências) já avisou: tudo o que nasce, morre. O amor também. E aceitar isso não é ser pessimista, é tirar um peso gigante das costas.
O resumo da ópera
O amor verdadeiro não pede garantia estendida. Ele acontece no “agora”. Se você passa o jantar de hoje preocupado se vão estar juntos no Natal de 2035, você não curtiu o jantar.
Minha dica de hoje? Pare de tentar congelar o vento. Vai por mim, só vai te dar frio e dor nos braços. Deixa ventar. Se ficar, ótimo. Se for, virou história.
Um abraço (sem apertar demais pra não sufocar),
Gustavo Henrique Ferreira, Psicólogo, fã de ciência e de deixar a vida fluir
P.S.
Tá difícil soltar esse vento aí e aceitar as mudanças? Se a ‘sofrência’ estiver batendo forte demais e atrapalhando sua vida, me responde aqui. Às vezes a gente precisa de ajuda pra aprender a abrir a mão.