Quando foi a última vez que você realmente esteve presente na sua própria vida?
Sabe quando você chega em casa e nem lembra direito do caminho que fez? Parece que o corpo foi, mas a cabeça ficou em algum lugar entre os boletos, a notificação do WhatsApp e aquela reunião que podia ter sido um e-mail. Pois é. Isso tem nome: piloto automático. E não, não é só coisa de gente cansada — é um mecanismo real do cérebro.
Nosso cérebro adora economizar energia. Por isso, ele automatiza o que puder: escovar os dentes, tomar banho, rolar o feed. A gente entra num fluxo meio zumbi, onde tudo acontece, mas nada é realmente vivido. E aí, quando vê… já é sexta-feira de novo. Ou dezembro. Ou mais um ano em que você prometeu mudar, mas tá só tentando sobreviver.
A psicologia chama isso de mindlessness — o oposto de mindfulness, que é estar presente. E não, não é papo de autoajuda. Estudos mostram que estar mais consciente do momento presente está relacionado a mais bem-estar, menos ansiedade e até melhores decisões. Quando você presta atenção de verdade no que está fazendo (e sentindo), você sai do modo “reagir” e entra no modo “escolher”.
Então, te pergunto: você tem vivido com intenção ou só tem deixado a vida te empurrar?
E antes que você pense “Ah, então agora eu tenho que meditar todo dia às 5h da manhã e tomar chá de cogumelo?”, calma. Não precisa virar monge. Às vezes, começar é só pausar 30 segundos e se perguntar: “O que eu estou sentindo agora?” ou “Por que eu tô fazendo isso do jeito que tô fazendo?”
É como trocar o GPS interno do “tanto faz” por um “peraí, deixa eu ver por onde eu quero ir”.
E se você estiver mesmo no piloto automático… tudo bem. Todos nós entramos nele às vezes. O que importa é perceber — porque a partir daí, dá pra retomar o volante.
Com carinho e ciência,
Psicólogo Gustavo Henrique