Redflags cerebrais: os maiores alertas emocionais e comportamentais pra não cair em cilada amorosa

(Ou: o que seu córtex pré-frontal devia te lembrar antes de se apaixonar)

Vamos falar sério (mas sem perder o bom humor): nem todo “frio na barriga” é sinal de paixão. Às vezes é o seu sistema límbico tentando te avisar que tem algo MUITO errado rolando ali. E o cérebro, coitado, faz o que pode — mas a gente insiste em ignorar os sinais. Bora revisar as principais redflags emocionais e comportamentais com base em ciência? Bora.

1. Amor-bomba (bombardeio afetivo)

💣 No começo é tudo flores, declarações intensas e planos de casamento em 2 semanas. O cérebro adora a descarga de dopamina, oxitocina e adrenalina… mas calma lá.
🧠 Estudos mostram que esse tipo de apego rápido pode estar ligado a padrões de controle ou manipulação, não a um vínculo saudável. Se parece “perfeito demais”, provavelmente não é.

📚 Referência: Stark, E. (2007). Coercive Control: How Men Entrap Women in Personal Life. Estudos sobre relacionamentos abusivos identificam o “love bombing” como tática clássica de manipulação emocional e controle precoce.

2. Controle disfarçado de cuidado

“Não gosto quando você sai com aquele amigo”, “acho que sua roupa está muito chamativa”…
👀 Isso não é carinho, é domínio camuflado.
🧠 Neurocientificamente, relacionamentos com alto nível de controle aumentam a atividade da amígdala — o centro do medo — e diminuem a conectividade com áreas do autocontrole e senso de identidade.

📚 Referência: Dutton, D. G., & Goodman, L. A. (2005). Coercion in intimate partner violence: Toward a new conceptualizationSex Roles, 52(11–12), 743–756.

3. Volatilidade emocional

Picos de raiva seguidos de juras de amor?
🎢 Isso não é intensidade, é instabilidade.
🧠 O cérebro fica preso num loop de estresse crônico (liberação de cortisol) que impacta negativamente até o funcionamento do hipocampo, prejudicando sua memória emocional e seu julgamento.

📚 Referência: McEwen, B. S. (2007). Physiology and neurobiology of stress and adaptation: central role of the brainPhysiological Reviews, 87(3), 873–904.

4. Desprezo disfarçado de “sinceridade”

Frases como “só estou sendo sincero” antes de uma crítica destrutiva, piadas que te diminuem, ou sarcasmo constante.
😬 O desprezo é, segundo John Gottman (um dos maiores nomes da pesquisa sobre casais), o maior preditor de separações.
🧠 Nosso cérebro lê essas interações como ameaça social e ativa o mesmo sistema de dor envolvido em lesões físicas. Literalmente machuca.

📚 Referência: Gottman, J. M., & Levenson, R. W. (1992). Marital processes predictive of later dissolution: Behavior, physiology, and healthJournal of Personality and Social Psychology, 63(2), 221–233.

5. Gaslighting

“Você está exagerando”, “isso nunca aconteceu”, “você é muito sensível”…
🚨 Aqui o perigo é real: esse tipo de manipulação emocional distorce sua percepção da realidade.
🧠 Afeta sua confiança, desregula seu eixo HPA (resposta ao estresse) e aumenta risco de depressão e ansiedade.

📚 Referência: Sweet, P. L. (2019). The sociology of gaslightingAmerican Sociological Review, 84(5), 851–875.

6. Falta de responsabilidade emocional

Se a pessoa nunca reconhece seus erros, sempre culpa o outro, ou faz birra emocional, fuja.
🧠 Isso revela baixa capacidade de regulação emocional — algo que envolve áreas como o córtex cingulado anterior e o pré-frontal ventromedial. Sem essa autorregulação, o relacionamento vira um campo de batalha.

📚 Referência: Gross, J. J. (2015). Emotion regulation: Current status and future prospectsPsychological Inquiry, 26(1), 1–26.

Conclusão:

O amor pode até ser cego, mas seu córtex pré-frontal não precisa ser.
Identificar essas redflags não é sobre paranoia, é sobre proteção emocional e saúde mental. Relacionamentos saudáveis não geram confusão crônica, medo ou desgaste constante — eles promovem segurança, crescimento e parceria.

Quer mais conteúdos assim, misturando ciência e vida real? É só ficar por aqui — seu cérebro (e seu coração) agradecem 💙

Este artigo foi escrito por:

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Gustavo Henrique

Prazer, sou Gustavo Henrique, psicólogo clínico com mais de 4 anos de experiência. Minha jornada na faculdade começou com um interesse crescente por uma psicologia mais científica. Fiz minha primeira pós-graduação em Análise Comportamental Clínica pelo Instituto Brasiliense de Análise do Comportamento (IBAC) e, em seguida, concluí uma pós em Terapia Cognitiva Comportamental pela PUCRS. Trabalhei como psicólogo hospitalar e, posteriormente, em uma comunidade terapêutica. Além disso, atuei como supervisor em terapia ABA com crianças autistas. Atualmente, concentro meus estudos e práticas nas áreas de neurociência e psicologia baseada em evidências, e sou membro da Associação Brasileira de Psicologia Baseada em Evidência.

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Gustavo Henrique | Psicólogo Clínico CRP 08/32842

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